BICHECTOMIA

A “bichectomia” (cirurgia da bochecha) refere-se à retirada dessa estrutura presente na transição entre o terço médio e inferior da face. Apesar de descrita há 35 anos, a bichectomia ganhou fama no Brasil há pouco mais de um ano, quando algumas celebridades anunciaram terem sido submetidas à técnica.

 Dentro deste contexto a técnica que retira a bolsa ou bola de Bichat, promove uma depressão entre o terço médio e inferior da face, contribuindo para tal definição facial e evidenciando ângulos e traços faciais.

 As pacientes que se beneficiam com a bichectomia são aquelas que apresentam excessiva gordura facial, ou face arredondada, que aparentam ser mais gordas do que realmente são, considerando o percentual de gordura corporal. Não é aconselhado que pessoas que possuam face magra se submetam ao procedimento para afinar ainda mais a face, porque certamente no futuro, esses pacientes precisarão de gordura facial para preencher um excesso de pele, que fatalmente surgirá com o passar dos anos.

 Uma vez respeitadas as indicações, a técnica pode ser realizada com segurança. A anestesia de preferência é a local com sedação. Inicialmente identifica-se o ducto de Stenon, ou ducto parotídeo, que leva a secreção da glândula parótida à cavidade bucal, abrindo-se em sua papila dentro da boca, ao nível do 2º molar superior. É imprescindível identificar o ducto parotídeo, bem como seu trajeto horizontal na mucosa jugal para localizar bem a incisão da bichectomia. Esta deve medir um cm e deve ser posicionada um cm abaixo e um cm posterior à papila de Stenon, paralela ao trajeto do ducto. Com manobras leves e delicadas de divulsão, a gordura de Bichat pode ser facilmente identificada e levemente tracionada para fora. É importante identificar sua cápsula e certificar-se de deixá-la dentro das bochechas, uma vez que ela guarda relação anatômica importante com vasos sanguíneos e com o ramo bucal do nervo facial, que leva movimento aos lábios e tem papel primordial na fala e na mastigação.